O GUIA DOS DESTILADOS – CONHEÇA SEU LÍQUIDO

Estar na linha de frente de atendimento é uma tarefa que requer muito carisma, empatia e de certa forma conhecimento sobre o que está se ofertando, pois cada dia mais o público vem se informando por diversas vias sobre os produtos, história e curiosidades que as bebidas, marcas e coquetéis. 

É BATATA!

Há um tempo boa parte do público acreditava fielmente que a vodka era feita de batata, esta informação não está totalmente errada. 

No entanto, a vodka pode ser feita de diferentes matérias primas, como por exemplo, cana de açúcar que é a matéria prima para produção da Smirnoff aqui no Brasil, o trigo utilizado no preparo da vodka Ketel One na Holanda ou ainda frutas como uvas utilizada para a fabricação da Cîroc. 

Mas e a batata? Bom... a batata também pode ser utilizada para a fabricação da vodka, assim como milho, trigo, arroz e diferentes insumos, ou seja, qualquer matéria prima que seja rica em açúcares ou amido. 

A grande diferença da vodka para outros destilados é que ela tem que ser destilada até atingir uma elevada concentração de álcool, a partir de múltiplas destilações, o que a deixa com um perfil de sabor muito sutil que beira a neutralidade. 

Então quanto mais vezes destilada melhor? Não necessariamente, a vodka precisa passar minimamente por três ciclos de destilação, e muitos fatores podem influenciar no preparo da bebida, tais como, qualidade e tempo da fermentação, tipo de matéria prima utilizada, finalização do produto sendo filtrada ou não, e claro a qualidade da água utilizada para finalizar e retificar o teor alcoólico da bebida. 

ZIMBRO E GIN

Esta categoria de bebida que caiu nas graças do público brasileiro vem a cada ganhando novos fãs e mais espaço no mercado nacional. 

Diferentemente do que muitos pensam o gin não é obtido a partir da fermentação do zimbro que é o principal agente de sabor desta categoria, e sim é uma bebida feita a partir de um álcool neutro como base onde os sabores dos botânicos (ingredientes) são extraídos e posteriormente o resultado desta extração é destilada. 

Falando de maneira bem direta o Gin é feito basicamente de três formas: 

London dry gin: os sabores dos botânicos são extraídos em álcool, e após o ciclo de destilação é permitida apenas a adição de água para equilibrar o teor alcoólico. 

Distilled gin: basicamente utiliza um gin london dry como base somado a mais botânicos, porém podem ser adicionados novos sabores e açúcares após o ciclo inicial de destilação. 

Cold compound gin: este estilo de gin não passa por destilação, o álcool neutro é somado a essências dos botânicos, sem esquecer do zimbro, podendo ou não passar por retificação de teor alcoólico dependendo da estratégia de cada marca, sempre se adequando a legislação de cada país. 

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MENOS É MAIS

 Assim como a destilação citada anteriormente, ter muitos botânicos não necessáriamente é sinonimo de maior qualidade. 

  • Tanqueray london dry por exemplo tem uma receita centenária de sucesso onde combina apenas quatro ingredientes em sua formula (além do álcool é claro) zimbro, semente de coentro, raiz de angélica e alcaçuz. 
  • Tanqueray Ten lançado nos anos 2000 é uma combinação que carrega toda a qualidade de tanqueray london dry, somado ao coração cítrico (laranjas, limões e limas) e flores e camomila, que compõe um perfil de sabor leve, fresco, único e inconfundível. 

WHISKY, WHISKEY E UÍSQUE

Uma das bebidas que desperta fortes emoções em nosso público certamente é o whisky seja pela paixão dos apreciadores ou pela resistência de quem ainda não desfruta e aprecia esta categoria de bebida. 

Muitos fatores influenciam no perfil de sabor do Whisky e um deles é a localização onde é produzido, país de origem, já que cada região do mundo tem um clima diferente que certamente irá agregar características para o resultado final do produto. 

A seleção da matéria prima é um dos fatores cruciais para determinar o sabor do whisky, e a produção de um whisky começa na escolha do grão, onde podemos classifica-los em duas categorias: grãos maltados e grãos não maltados. 

A maltagem do grão é basicamente o processo de germinação, onde o grão é umedecido até que comece a abrir (brotar). Depois deste passo este grão precisa ser seco, evitando que o mesmo se torne um broto do cereal literalmente uma plantinha. 

Mas um detalhe não pode passar despercebido, não são todos os grãos que passam pelo processo de maltagem, pelo fato de alguns desses cereais não estarem aptos a absorver a água. 

Após tudo isso, a matéria prima é preparada e destilada de acordo com as regras de cada país, e enfim o nosso whisky vai para o barril adquirir principalmente cor, aroma e sabores que são características da madeira e de todo o preparo do barril selecionado para o envelhecimento. 

Falaremos aqui, sobre algumas características de alguns países produtores de whisky. 

  • Irish whiskey: uma das grandes diferenciações que podemos notar neste estilo de whiskey é que muitos produtores utilizam parte de cevada maltada junto a cevada não maltada para compor a mistura de grãos. Isso pode trazer diferentes possibilidades de sabores e texturas ao whiskey irlandês. Comumente destilados por três vezes, o irish whiskey pode ser envelhecido em barris novos ou usados por um período mínimo de três anos. 
  • Scotch whisky: uma característica muito marcante de diversos rótulos do whisky escocês é a presença de toques defumados que são obtidos pela utilização de turfa. A turfa é uma espécie de carvão vegetal que é queimada e direcionada aos grãos no momento de secagem ao longo do ciclo de maltagem citado acima. Passado este passo os grãos são fermentados e destilados, e assim como acontece no whiskey irlandês o scotch também precisa envelhecer no mínimo por três anos em barris novos ou já utilizados anteriormente. 
  • American whiskey: o whiskey americano mais famoso sem sombra de dúvidas é o Bourbon, que utiliza como principal grão para a produção o milho. A utilização deste grão gera um perfil de sabor mais adocicado ao whiskey americano. Para a produção de bourbon o whiskey deve envelhecer por um período mínimo de dois anos em barris de carvalhos novos, nunca utilizados anteriormente. Isso garante uma troca mais intensa de características da madeira com o líquido em um período de tempo menor. 

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DICAS FINAIS

  1. Leia os rótulos dos produtos que você vende. Na embalagem você conseguirá informações úteis para abrilhantar seu atendimento. 
  2. Busque por curiosidades sobre a marca, saber algo além da matéria prima utilizada na produção do destilado é algo que sempre prende a atenção do cliente. 
  3. Entenda a qualidade do produto. Saber sobre características peculiares de cada produto, diferenças entre a matéria prima, passos diferenciais e exclusivos da fabricação justifica a escolha da marca.